25/02/2009

Demanda por produtos faz com que alguns homens assassinem outros.

Eu vendo móveis.
Um dia, vi que vender móveis era muito lucrativo!
Só que vendi todos os móveis da minha casa. Então, eu precisei ir na casa de outra pessoa porque essa outra pessoa tem o que eu quero, e o que eu quero vai me render muuuuito dinheiro.
Eu vou na sua casa.
Entro com uma serra elétrica, serro seus portões, suas portas, chego no interior da sua casa com meus capangas, destruo tudo: queimo sua comida, quebro todos os seus pertences (televisão, geladeira, microondas, sofá, cama e até o seu computador), tiro seu celular, seu carro, destruo tudo o que é seu. Enquanto você corre para chamar a polícia, eu vou invadindo a sua casa, jogando tudo o que é seu, roubando seus móveis e transformando a sua casa numa loja que vende móveis. Isso porque você tem o que eu preciso e a minha necessidade certamente vale mais do que a sua pessoa.
Aproveito e vou trazendo outros móveis para vender, e sua casa fica irreconhecível. Você já não conseguiria mais morar lá.
Enquanto isso, você corre e chega na polícia. Lá, ninguém fala a sua língua! Você não consegue explicar o que aconteceu, ninguém te entende e você parece louco. A polícia, entendendo que seu caso é uma particularidade, te joga numa outra casa, onde muitas pessoas falam línguas diferentes e provavelmente também foram consideradas loucas, assim como você foi considerado louco.
E aí você passa o resto da sua vida lá. E morre.

Agora, troque a palavra VOCÊ por ÍNDIOS, a palavra EU por MADEIREIROS e PRODUTORES DE ETANOL, a palavra CASA por ALDEIA, a palavra POLÍCIA por FUNAI.


E arranque seus olhos fora, com colher de cafezinho, se você não consegue ver importância em respeitar os povos indígenas. Arranque fora porque você já é cego de qualquer maneira.


Eis a notícia:
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/02/25/ult581u3067.jhtm



*******